Sessão 2

A BIBLIOTECA ESCOLAR: DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO CONTEXTO A MUDANÇA.




REFLEXÃO SESSÃO 2

Estudos internacionais na área das Bibliotecas Escolares comprovam o impacto das BE na aprendizagem e sucesso educativo dos alunos. A BE é referenciada não só como um espaço bem apetrechado com um conjunto significativo de recursos e equipamentos, mas também e preferencialmente, como um espaço de aprendizagem e formação, que obrigatoriamente tem que estar articulado com a escola e com o processo de ensino/aprendizagem.
Para esta visão da BE muito tem contribuído a evolução do paradigma tecnológico e consequentes implicações no acesso, uso e comunicação da informação.
Actualmente, a BE desempenha de acordo com (Bogel,2006), um papel:
Informacional – ao disponibilizar recursos de informação e contribuir  para o seu uso e integração na prática lectiva;
Transformativo – desenvolve um trabalho articulado com os docentes que visa  a formação para as diferentes literacias e o desenvolvimento de competências que sustentam as aprendizagens e a construção do conhecimento – aluno como sujeito activo, construtor do seu próprio conhecimento – Construtivismo;
Formativo – é um espaço de aprendizagem, onde o aluno encontra todas as valências para a construção do seu conhecimento.
Para a construção de uma BE de qualidade, que consiga cumprir o papel acima referido existem factores determinantes aos quais é necessário atender: a integração da BE na Escola e no processo de   ensino/aprendizagem, as condições de acesso e a qualidade da colecção e a gestão da BE.
Associado ao conceito de Biblioteca temos a figura do Professor Bibliotecário. É então sobre o papel do Professor Bibliotecário que vou reflectir um pouco. Se numa primeira fase o papel do Professor Bibliotecário se centrava essencialmente na promoção da leitura, hoje, no actual contexto da sociedade de informação exige-se ao Professor Bibliotecário a capacidade de utilização de um variado conjunto de recursos educativos, essenciais para que os alunos consigam aprender de forma autónoma e crítica.
O Information Power, datado de 1998, constitui-se como um documento orientador do trabalho do professor bibliotecário e assenta em três conceitos primordiais: colaboração, liderança e tecnologia (apud Campello, 2009).
Por sua vez Montiel-Overall (2005 apud Campello, 2009) define quatro níveis para caracterizar o processo de colaboração entre o professor bibliotecário e a equipa pedagógica: docentes e direcção. São eles: coordenação, cooperação, instrução integrada e currículo integrado. Cada um dos níveis apresenta uma complexidade crescente, sendo que o mais simples é a coordenação – “A colaboração com os professores limita-se a (i) estabelecer horários e organizar o esquema das palestras; (ii) combinar horários para os alunos irem à biblioteca escolher livros, ouvir histórias ou procurar informação para um trabalho escolar; ou ainda (iii) organizar exposições, encontros com escritores ou feiras de livros.” In A Biblioteca Escolar 2.0: novas funções para o professor bibliotecário, leituras obrigatórias.
O segundo nível é a cooperação. Neste nível o professor bibliotecário “separa o material adequado, auxilia os alunos na localização e no uso das diversas fontes de informação, fornece instruções para a normalização do trabalho escrito” (Campello, 2009, p. 56). In A Biblioteca Escolar 2.0: novas funções para o professor bibliotecário, leituras obrigatórias.
No terceiro nível aparece a instrução integrada, em que “o bibliotecário e o professor planificam, implementam e avaliam as actividades em conjunto, com objectivos comuns e partilhados. Pretende-se tirar partido dos conhecimentos de cada um, a nível do conteúdo e da tecnologia para os alunos poderem usufruir de aprendizagens inovadoras.” In A Biblioteca Escolar 2.0: novas funções para o professor bibliotecário, leituras obrigatórias.
Quando o processo de colaboração se encontra neste nível aconselha-se a utilização de ferramentas simples da Web 2.0, por exemplo blogue, sites de apoio ao currículo, jogos de aplicação dos conteúdos trabalhados… e muitos outros que sem dúvida estimulam a aprendizagem dos alunos.
O último nível e por consequência o mais complexo é o currículo integrado. “Nesta situação espera-se que a colaboração do bibliotecário exista com todos os professores e que as actividades da biblioteca estejam integradas na escola, abarcando todas as turmas. O envolvimento com a Direcção da Escola é fundamental.”  In “A Biblioteca Escolar 2.0: novas funções para o professor bibliotecário”, leituras obrigatórias.
O conceito de literacia da informação surge portanto associado ao papel do Professor Bibliotecário, da qual não se pode dissociar, se quiser contribuir de uma forma efectiva para a construção do conhecimento dos alunos.
Ao Professor Bibliotecário exige-se que esteja permanentemente atento, seja prospectivo e tenha uma postura de investigação e aprendizagem contínua.
A tarefa dos Professores Bibliotecários não é por si só fácil, pois além de tudo o que referi anteriormente, muitas vezes deparamo-nos com docentes, pais e direcção que não entendem que a BE também se empenha no cumprimento dos objectivos da escola e, os resultados obtidos têm muitas vezes o seu contributo. O que fazer nestes casos? Como provar o valor da BE? Vamos avaliar a nossa BE, pois a avaliação é o que nos permite “Aferir a eficácia dos serviços que prestamos, identificando sucessos e insucessos – gaps que condicionam a qualidade e eficiência do serviço.
 Aferir o impacto que temos nas atitudes, comportamento e competências dos nossos utilizadores.” In “A Biblioteca Escolar: desafios e oportunidades no contexto da mudança”, Texto da Sessão.
Através da avaliação podemos “trazer à luz a diferença que fazemos na escola que servimos.” In “A Biblioteca Escolar: desafios e oportunidades no contexto da mudança”, Texto da Sessão.
O trabalho desenvolvido nesta segunda sessão permite analisar a situação actual, pois é fundamental sabermos de onde partimos e onde pretendemos chegar, quais as dificuldades com que nos vamos deparar e aquilo que podemos fazer para as tentar ultrapassar. A análise da situação actual e a planificação de acções futuras são momentos cruciais, nos quais se deve envolver a equipa pedagógica da escola.
Para mim, que no ano lectivo anterior elaborarei o Plano de Acção, já tendo em atenção a situação actual da minha BE; as problemáticas identificadas e o planeamento das acções que é necessário implementar, esta sessão serviu para aprofundar as temáticas relacionadas com a BE e o contexto da mudança, associadas ao papel do professor bibliotecário.
Nesse sentido optei por participar no Fórum 1 – onde preenchi a Tabela Matriz que reflecte a situação actual da minha BE, procedendo a algumas alterações do diagnóstico feito a quando da elaboração do Plano de Acção, baseando-me para tal, nas leituras feitas nesta sessão e também nos resultados da Auto-avaliação do ano anterior, em que foi avaliado o Domínio B -. Leituras e Literacias.
Tendo em conta que no Fórum 2 se solicitava a elaboração de um Plano de Acção optei por colocar também no blog o Plano de Acção da BE, contribuindo desta forma para complementar a tarefa que apresentei, pois depois de elaborado o diagnóstico, há que identificar problemáticas e planear acções de melhoria.
Gracinda Silva.