Sessão 3


O MODELO DE AUTO-AVALIAÇÃO: PROBLEMÁTICAS E CONCEITOS IMPLICADOS



REFLEXÃO SESSÃO 3

Nesta sessão optei por programar um workshop de apresentação do MAABE, pois embora já o tenha aplicado na minha escola, há ainda um conjunto de elementos da comunidade educativa (elementos da Direcção, Colegas das outras escolas do Agrupamento, Associações de Pais, elementos da comissão de avaliação da escola…), que possivelmente nunca contactaram com o modelo; portanto para que se cumpram os objectivos da sua implementação é necessário que o MAABE seja do conhecimento de todos. Por outro lado, esta tarefa enquadra-se nas funções do Professor Bibliotecário que se pretende que tenha uma liderança forte, conseguindo mobilizar toda a escola para a necessidade de implementação do processo avaliativo da BE, pois só desta forma conseguimos avaliar o impacto e o valor da mesma, na escola.
Como já referi anteriormente, na minha escola e com carácter experimental já aplicámos o MAABE durante dois anos consecutivos e posso afirmar que foi bem aceite pela comunidade educativa envolvida.
No entanto, depois das leituras propostas para esta sessão e da realização da minha tarefa fiquei com a sensação, ou melhor com a certeza, que apesar da boa adesão à implementação do modelo, o processo não foi desenvolvido da melhor forma, faltando este tipo de acções formativas, que me proponho desenvolver com a realização deste workshop; com o qual pretendo definir conceitos e aprofundar o conhecimento do MAABE, junto daqueles que não estão conscientes da sua importância. A minha preocupação inicial foi divulgar o modelo junto da Direcção – Director, apresentá-lo e discuti-lo em Conselho Pedagógico e apresentá-lo aos Docentes Titulares de Turma, pois estavam directamente envolvidos no processo; este é portanto, um dos aspectos que preciso corrigir e tentar melhorar.
Para completar a temática desta sessão decidi colocar no meu blog dois trabalhos de colegas que apresentaram tarefas diferentes. Assim para a tarefa 2, onde se pedia uma análise crítica ao MAABE, escolhi o trabalho da colega Ana Paula Rodrigues; para a tarefa 3, em que se pedia um texto sobre “A implementação do Modelo de Auto-Avaliação requere uma liderança forte e uma mudança de atitude e de práticas por parte do professor bibliotecário e da escola” seleccionei o trabalho da colega Cândida Matos.
Depois de ler os dois trabalhos e realizar o meu, parece-me interessante deixar aqui um pequeno comentário. Todas reconhecemos a importância do MAABE como um instrumento pedagógico e de melhoria contínua, que permite avaliar o trabalho da BE e o impacto nas aprendizagens dos alunos.
Um dos conceitos subjacentes ao modelo é a noção de valor. Cram (1999), em “SIX IMPOSSIBLE THINGS BEFORE BREAKFAST” refere o seguinte As bibliotecas geram valor porque mobilizam recursos e desencadeiam processos capazes de produzir mais-valia e de criar benefícios. A sua função de gestão compreende os processos, as actividades e as decisões que possam conduzir a efectiva produção de valor para os seus utilizadores e para a organização em que se enquadra.”
Associado a este surge um outro conceito fundamental: “Evidence-Based practice” que Ross Todd associa à prática das bibliotecas escolares e à necessidade que todos sentimos de provar o que fazemos, porque o fazemos e qual o impacto das nossas acções nas aprendizagens dos nossos alunos. A recolha de evidências é necessária para provarmos o nosso valor e mostrar que a BE numa escola faz toda a diferença e contribuiu indiscutivelmente para o sucesso educativo dos alunos. Podemos questionar-nos em relação à dificuldade acrescida da recolha de evidências, é claro que no início vai ser difícil, envolver toda a comunidade educativa não é fácil, mas é sem dúvida a forma de dar visibilidade à BE e citando Ross Todd (2003) “O que é importante é que as evidências recolhidas mostrem como o professor bibliotecário e a biblioteca escolar têm um papel crucial no sucesso educativo dos alunos e na criação de atitudes, valores e de um ambiente de aprendizagem acolhedor e efectivo.”
Como coordenador deste processo, temos então, com um papel preponderante o Professor Bibliotecário, que tem que ser um líder com uma visão e gestão estratégica. Uma forma de validar todo o processo será a inclusão dos resultados desta avaliação, no relatório de auto-avaliação da escola, e posteriormente referi-la no relatório de avaliação externa das escolas.
Muito trabalho? Sim! Facilidades? Não! É este o caminho? Sim! Então vamos caminhando!

Gracinda Silva